sábado, 22 de janeiro de 2011

Só o silêncio


Viver, a impermanência do existir em que as mãos na terra são lembranças de dias longos comedidos de silêncio vibrantes sem tempo nem certezas...
A janela que habita minha casa no meu corpo é o olho de meu passado distante de mim em que as cores opacas já não vejo mais... 
Meu grito é impiedoso, abafado sacrilégio e sacrifício, mas é meu grito...
A dor é minha responsabilidade...
Só o silêncio me conforta e me aborta...não sou movido pela tristeza, mas o paterno sentimento vez ou outra me convida para passear, não resisto...vou...as vezes na caminhada mansa ou no caloroso desejo de mergulhar na maldita feminina tristeza de engrenagens masculinas...
Do que vale as barulhentas palavras que consomem as pessoas na carne se a arte é a própria carne que move o ser...
Só o silêncio desenhado em mim invade minha alma...e ali o mundo é meu...ali eu vivo e morro...

Eloy
18/12/2010
3:07 / 12:19  

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