sábado, 14 de setembro de 2013

Mundo codificado

Se meus olhos derrubassem a verdade meu corpo seria copo.
Bastasse a maçaneta sem que a porta soubesse a música cairia suave ventilo que se apavora, que adormece e que merece.
Tudo misturado, se os olhos carregam o sonho e a cabeça lembranças estilhaçadas com um pouco de cor.
O passado são figuras dos vivos intumescidos com coisas codificadas de vida, do pequeno botão que o tempo levou em mim, a lágrima e a certeza.
O blazer enfeitado de história, vestígio da música triste caminha na pele desgarrada com um pouco de sim.
Os recipientes de futuro oscilam como a chuva que trás o cinza, o ventos e a coberta silenciosa nos meus dedos perdidos, um pouco de sonho e um resto de verdade.



Poesia dedicada a Vilém Flusser

Maurício Eloy
05/09/2013
03:18

Como se tudo fosse a toda hora o instante de nós dois


Nosso mundo é sozinho, ainda que o barulho aquecido de incertezas tome por completo
os sonhos perdidos no tempo.
Agora meus pensamentos enriquecidos de lembranças, você não existe – apenas vestígios na pele e na boca. Meu corpo padeceu em você.
No dia em que a chuva gritava na janela, minhas mãos te conheciam como nunca: Algo tão mágico e merecedor de encanto é o sentir do sexo molhado de uma mulher. Eu sorrio como menino e festejo como homem que sonha para poder viver.
Sonhei por dias como se tudo fosse a toda hora o instante de nós dois mergulhados, assombrados na intensidade calorosa penetrante de mim em você.
Lembranças corriqueiras e com elas o seu cheiro me invadindo no corpo, cheiro da pele suada e do gosto da boca de nós...

À Jane Birkin
  
Eloy
13:41
29/07/011