segunda-feira, 31 de maio de 2010



Tempos refrescantes e tenebrosos  (o amor)


Minhas lágrimas são tempestades que invadem o universo no meu corpo que é pequeno,
E meus olhos não comportam, não conseguem comportar as minhas lágrimas...
Lágrimas nada são diante do mundo por que embriagadas de sentimentos perdidos
meus olhos poderiam ser poesia pura de frutas...
Mas são tardes longas a procura dos olhos de uma mulher varrida de vontade,
 em fazer brilhar casas antigas silenciosas do existir.
Queria sorrir pra você mais uma vez, mas meu coração são janelas ofuscadas
 pela luz da praça vazia, onde corpos dormentes não alimentam mais de vida.
 O meu mundo agora se constrói como saguão abandonado
 alimentado pelas sobras das acácias vacilantes embebedadas de água.
Meus sentimentos se fez esquecido pelo silencio de um amor insano mesmo com a beleza
dolorosa de seus olhos que gritam mais que o brilho do sol.
O que é um homem sem o amor de uma mulher se não a estranheza de tentar entender o calor de um corpo e o tédio da solidão que florescem os arabescos das veias intumescidas
de meu grito roncoso meio animal meio divino.
Gostaria de aprender a amar uma mulher mesmo por um instante
 cujo  encanto abrigaria mundos inteiros, luminosos e límpidos como sonhos ideais e felizes encerrados até mesmo próximo a morte.
O aroma da virilidade que se apaga tão bruscamente é algo trágico nesta fecundidade em que a ilusão é maior que o amor.
Sinto tristeza com meus olhos perambulando pelas lembranças de seu rosto como um vestígio
de vida e saudades junto à neblina de seu sorriso que desenhou em mim a dor.
Minhas lágrimas são recordações como lâmpadas que enegreceram ou carros que murcharam quando velhos...
Quero amar em tempos refrescantes ou tenebrosos de barulho em que a carne fria é inquietação de dias feita colchas furadas pelo tempo.


Dedico essa poesia a mulher, e que devemos a prendera amar

Poema em homenagem a Bruno Schulz (escritor Polonês 1892-1942)

Maurício Eloy
30/05/2010
03:00 hs

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tristeza do silêncio interrompido

A manhã fria desse dia em que você não existia,
As folhas das arvores da rua em que eu sempre passava,
Dançaram levemente para o chão,
Lembrei de ti...
Da pequena marionete do filme e da musica suave
Que tomava de meu ouvido ao corpo.
Nessa lembrança vi a vida...
Sinto sua pequenina voz que nasciam palavras fortes e verdadeiras,
Ali você me ganhou...
Meus olhos pintaram você todinha...
Em casa os livros eram nossos companheiros,
Cúmplice de tudo,
Amei você ali...algumas vezes...
Seu corpo branco agarrou os livros,
E minhas mãos tinham você e meu corpo num movimento feliz,
Vivemos a natureza por completo.
Meus livros agora têm o cheiro de nós...
Você não existia mais pra mim, pensei fosse eu o único ser seu amante,
Um pouco de mim a tristeza rasgou
O barulho de nossos olhares se perdeu,
Alguém interrompeu o silêncio de te ver ,
Simplesmente te ver.

Eloy
23/05/2010
21:01

sábado, 22 de maio de 2010

O cinzento e a beleza

A vida é um instante num mundo corrido e confuso, as flores, muitas vezes não têm a companhia do homem, por que os olhos do homem estão distraídos...
Vivemos assim a maior para do tempo distraídos...
Que perigo
Perdemos tantas coisas que poderia nos fazer felizes, no entanto, o medo desenha com traços marcantes fincando em nós como arte expressionista que nos engole pelos poros...
Distração...
Um dia desses, viu uma luz, brilhava mais que o sol...por algum tempo vivi com essa luz
E o mundo era maior...e colorido...e cinzento, e era o mundo meu e da luz...nosso mundo.
Distrai silenciosamente...meus olhos aberto não viam mais a luz, a beleza de seu universo, sua alegria, não existiam mais...
Mas por que eu queria essa luz, se uma flor estava ali...toda pra mim...com seu perfume alegre e apaixonante...tinha dias na semana que ela desabrochava com um canto puro do saber.
Mas e a luz para onde foi...?
A flor era a luz que eu tanto procurava, mas não estava mais lá.
Foi o vento numa noite fria que disse ter visto a flor, senti seu perfume em meu coração,
Mas a sua beleza me deixou...
Distração diante de uma luz que era flor num mundo colorido e cinzento
Foi assim em que um dia a flor passou por mim oferecendo o seu perfume
E me distrai....


Eloy
18/05/2010
00:09