quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O diálogo do violino com a máquina de fotografar

As pálidas noites de frio nascem

No silêncio abandonado com as noites

As leves lágrimas de um cachorro

Choram sem culpa nenhuma

Da mentira que surgiu...

Ao longe vemos o que não queremos ver,

Um grito...De um passado com repostas do que somos...

E num instante o fogo molha o piano de saudades...

No dizer do violino com a máquina de fotografar

É o nosso tempo, vazio, sem desejo de sonhar,

Com a paisagem onde um louva-deus-fêmea

Já não devora à terra dos antigos...

Lembro de tudo,

Da saudade...

Do vazio...

No grito de uma lágrima que esquenta o coração

Do sangue...

Do violino...

Da criança que observa o pôr-do-sol sem que ele exista.

Agora eu canto às cores sozinho...

Na melodia de uma nota barulhenta

De uma máquina de fotografar que fotografa

Sem registrar nada...

Maurício Eloy

10/05/2004

18/07/2007

Um comentário:

F_ disse...

Prezado,

É uma alegria imensa encontrar um fervoroso adorador das obras de Schulz no Brasil. Entre a chama do violino e a fotografia dos instantes-tempo há uma verdadeira cosmologia.

Um abraço.