O diálogo do violino com a máquina de fotografar
As pálidas noites de frio nascem
No silêncio abandonado com as noites
As leves lágrimas de um cachorro
Choram sem culpa nenhuma
Da mentira que surgiu...
Ao longe vemos o que não queremos ver,
Um grito...De um passado com repostas do que somos...
E num instante o fogo molha o piano de saudades...
No dizer do violino com a máquina de fotografar
É o nosso tempo, vazio, sem desejo de sonhar,
Com a paisagem onde um louva-deus-fêmea
Já não devora à terra dos antigos...
Lembro de tudo,
Da saudade...
Do vazio...
No grito de uma lágrima que esquenta o coração
Do sangue...
Do violino...
Da criança que observa o pôr-do-sol sem que ele exista.
Agora eu canto às cores sozinho...
Na melodia de uma nota barulhenta
De uma máquina de fotografar que fotografa
Sem registrar nada...
Maurício Eloy
10/05/2004
18/07/2007
Um comentário:
Prezado,
É uma alegria imensa encontrar um fervoroso adorador das obras de Schulz no Brasil. Entre a chama do violino e a fotografia dos instantes-tempo há uma verdadeira cosmologia.
Um abraço.
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